Anti-inflamatório para Peyronie: É um tratamento eficiente?

O uso de anti-inflamatório para Peyronie é um assunto que costuma gerar muitas dúvidas, uma vez que nem sempre a abordagem cirúrgica é o tratamento mais apreciado pelos pacientes para a reversão da curvatura peniana causada por formação de placas fibrosas.

Fato é que para identificar a melhor abordagem para tratamento da doença de Peyronie, deve-se levar em conta alguns fatores específicos como o estágio, o nível de curvatura do órgão genital, o tamanho da placa de fibrose, dentre outros aspectos.

Além do desconforto pós-operatório, um fator que costuma desanimar os pacientes é o fato de que os tratamentos corretivos invasivos, ou seja, as cirurgias, podem causar encurtamento peniano em cerca de 1 a 2cm. 

Em alguns casos a condição pode ser tratada sem cirurgia, a depender do estágio da doença (desde que a curvatura peniana ainda não tenha se manifestado), valendo-se de tratamentos à base de medicamentos e injeções. É claro que a abordagem final dependerá do médico, que deverá avaliar as especificidades do caso e então indicar a melhor estratégia de tratamento.

Anti-inflamatório para Peyronie é eficiente?

A resposta para esta pergunta não é exata, pois dependerá do estágio da doença. Normalmente, adota-se uma abordagem mais conservadora, ou seja, à base de medicamentos orais (como anti-inflamatórios), enquanto a condição ainda é enquadrada na fase aguda, que corresponde ao primeiro ano de manifestação da doença de Peyronie.

Vale ressaltar que muitos pacientes, ainda na fase inicial, conseguem manter vida sexual ativa e não reclamam de grandes desconfortos ou dores. 

Ocorre que a literatura existente sobre a eficácia da terapia conservadora na fase inicial com dor e inflamação é limitada e indica resultados modestos. Nessa etapa de tratamento, o protocolo mais comumente adotado é a administração de vitamina E em conjunto com anti-inflamatório para Peyronie.

Contudo, a conclusão mais consistente dentre as pesquisas existentes e constatação de profissionais é que o uso de medicamentos orais como anti-inflamatórios para Peyronie, vitamina E, dentre outras opções de tratamento via oral, são eficientes apenas para aliviar os sintomas, mas não para reverter a evolução da doença.

Sendo assim, esses medicamentos e suplementações podem, inclusive, serem prescritos como tratamento auxiliar adotado em conjunto com métodos mais incisivos.

Em contrapartida, se houver distorção grave do pênis, causando dor, desconforto e interferindo na disfunção erétil e relação sexual, a cirurgia continua sendo a opção mais indicada. As técnicas cirúrgicas para a doença de Peyronie incluem plicatura (técnica de Nesbit) no pênis do lado oposto à curvatura para produzir endireitamento. 

Já o outro tipo de cirurgia consiste na incisão da placa ou tecido cicatricial e remendo com uma veia (enxerto de veia safena) ou enxerto dérmico. A terapia a laser também é prescrita ocasionalmente. Por fim, próteses penianas também podem ser utilizadas em pacientes com doença de Peyronie e problemas de disfunção erétil.

Conclusão

De acordo com as evidências médicas e literatura existente, alguns profissionais optam por prescrever tratamentos à base de anti-inflamatório para Peyronie. Contudo, os tratamentos via orais que se valem de anti-inflamatórios e suplementação de vitamina E e substâncias como L-carnitina, L-arginina, dentre outros, não prometem combater, minimizar ou reverter a curvatura peniana, mas sim combater os sintomas, que são as dores e desconfortos, que normalmente se manifestam durante a ereção.

 

Fontes:

https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0090429514006694

https://onlinelibrary.wiley.com/doi/pdf/10.2164/jandrol.108.006221

https://advances.massgeneral.org/urology/article.aspx?id=1077

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5530853/